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CARLOS EUGÊNIO RÊGO

CARLOS EUGÊNIO RÊGO

( Brasília – DF – Brasil )

 

Carlos Eugênio da Silva Rêgo é piauiense, professor e poeta.
Tem um livro de poesias publicado (Lavra) pelo site www.clubedeautores.com.br.

Sua produção poética tem uma tônica social, além de uma vertente regional.

Membro da Academia Cruzeirense de Letras – Cadeira 21 – Patrono: João Cabral de Melo Neto.

Obras publicadas: Operação Arco-Íris – Não Estamos Sós (Editora Thesaurus); Pinote & Outras Histórias (Editora Thesaurus)

 

I COLETÂNEA DA ACADEMIA CRUZEIRENSE DE LETRAS.  Rafael Fernandes de Souza (org.)  Brasília: Art Letras Gráfica e Editora, 2019.  224 p.  ISBN 978-85-9506- 135- 4        Ex. bibl. Antonio Miranda

 

 

RITOS INICIAIS

In nomine art
qui mater vitae est.


Em nome da arte
que é mãe da vida
quando vestida de poesia.

Em nome do dom
que habita o homem
e o faz mais que dia a dia
é que venho ofertar
minha vida em versos.

Confesso a vós que pequei
Quando não fui poesia,
Quando fui só tributável
E só busquei mais valia.

Que o Senhor purifique
Toda essa minha iniquidade.

Entretanto, eu hei de render Graças e Glória,
feito canto de aclamação
às vezes em que fui poema
de crença, fé, devoção
à arte como prumo, meta, rumo,
como "profissão de fé", devoção.

Foi quando encilhei a vida
E ela se vestiu de remansos.
E o mundo inteiro me varreu à porta,
Rameando um punhado de versos,
De encanto infindo, que, afinal,
É mesmo o que mais importa.

Hei de render Graças e Glória
à colheita e ao plantio,
a minha parede de histórias,
ao incerto, ao desafio
a banhar esta alma
que é uma curva de rio

Credo in art.
Ars mater vitae est.

Creio na arte
como a mão que recolhe versos
sem enchiqueirar poemas.
Bendito seja o amor que é forro.

Credo in art.
Credo in vita.
Que a vida nos habite
como a arte deseja.
Que assim seja! Amém!!!


A LUA ALI

O silêncio era cortante como as farpas do jardim,
e, mesmo assim, havia uma poesia, ali, jorrante
a desenhar em mim
um século inteiro num instante.
A lua, então, em segundos,
surgiu tão doida, inteira
em teu jardim, que alagou o silêncio
- aquele de antes.
Por vir assim, entornou todos os versos
no universo que é teu jardim
- inesperadamente claro, desesperadamente raro.

E até seria o contrário (só mais um cenário),
não fosse o meu delírio inteiro ali
cego e servo
do teu silêncio cortante
que se rompeu, enfim!!
Ouvi atento mais uma vez
tuas histórias que sei de cor,
soando a mim
como o encanto da novidade.
E eu sempre a fim de ouvir-te,
assim,
nessa vontade sem fim
a eternizar ali tua imagem, sim!
Mais bela e derramada
que a lua inteira no teu jardim.

 

*

 

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Página publicada em novembro de 2021

 


 

 

 
 
 
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